quinta-feira, 24 de maio de 2007

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Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor do nosso jardim.
E não dizemos nada.

Na segunda noite, já não se escondem, pisam nas flores, matam nosso cão.
E não dizemos nada.

Até que um dia, o mais frágil deles entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.
E, porque não dissemos nada,
Já não podemos dizer nada.

Maiakovski

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