sexta-feira, 21 de outubro de 2011

aceitando Olívia

A decisão de ter um nenê me foi um tanto quanto emocionante.

Já há um tempo vinha conversando sobre isso com meu marido, mas o medo e a sensação de uma responsabilidade para o 'resto da vida' me causavam pavor.

Ter um filho?
E se engasgar?
E se machucar?
E como farei com minhas deliciosas noites de sono?
'Depois que pariu, nunca mais dormiu', está na boca do povão...

Essas eram algumas das inúmeras questões q eu me colocava.

Sempre ouvia das pessoas, ao lidar com as crianças 'ah, como você é materna', e além disso eu dizia aos quatro ventos que queria ter no mínimo, 6 filhos!
Engraçado ouvir isso de alguém que ao mesmo tempo, se dizia apavorada com um rebento pra cuidar...

"Uma criança é uma caixinha de surpresas!"
E, me diz, nossa própria vida já não é uma caixinha de surpresas???
É, vai (me) entender!

Muitas conversas tive com meu marido, algumas tranquilas, calmas, outras nem tanto...
De todo meu coração, a idéia de ter um filho me dava calafrios.

...
Parei de tomar meu remedinho de todo santo dia.
E, numa bela noite..., nããão, minha gente... Não tive uma noite tórrida de amor. Isso aconteceu noutra noite.

Mas nessa noite em questão, tive algo que considero ser o depoimento mais emocionante de toda minha vida.
O que mais contribuiu para que eu bem enxergasse a chegada de um filhinho na vida de um casal, a maternidade na vida de uma mulher.

...
Era aniversário do meu sobrinho.
E lá me encontrei com uma amiga da família. Ela é casada, mas eles não tem filhos (depois da conversa entendi porquê...)
Numa conversa limpa, gostosa, emocionante, pude entender o grande desejo que ela tinha em ser mãe, mas que infelizmente não era o mesmo sonho do marido, de ser pai.
Quando iniciamos nossa conversa, foi como se estivéssemos no centro de um palco, e aquele foco de luz em nós. Nada mais. Sem expectadores nem platéia. Nós duas, um coração em desabafo, e outro perdido, mas que logo se encontraria. Em questão de segundos.

Em meio a músicas, conversas, risadas, barulhos de bexigas se estourando, lá estava eu, só ouvidos para a história mais emocionada que já ouvi, imaginando as situações e sensações que imagino que aquela mulher pôde ter sentido... Ao terminarmos a conversa, saí chorando do local da festa. Pudera.

...
Hoje digo com amor e emoção, e hormônios à flor da pele, que a minha jóia está pra chegar.

Olívia estará em nossos braços em questão de dias.

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